"Umbilical Tracing"
29 de dezembro de 2009
28 de dezembro de 2009
Machinarium Stomach
27 de dezembro de 2009
Postais de Rua
Ruas de paredes entre a distancia que nos separa.
Nos vidros da tua Janela, uma casa que se parte.
Sorrisos de Simpatia enfática que ficou,
Na ferrugem dos teus actos.
Tentativas entubadas num respiradouro desamparado como,
Uma bengala de desistências que apoia as tuas pernas de Ferro.
Sensibilidade que escarafunchei no betão da tua pele,
Perdeu-se nas oportunidades que fantasiei,
Quando te escrevi,
Um Postal de Rua.
26 de dezembro de 2009
24 de dezembro de 2009
23 de dezembro de 2009
22 de dezembro de 2009
21 de dezembro de 2009
Temple of Sand
As I entered the meandering Gates,
The king’s name vanished in the Hot Ground,
And the Hourglass made of queen’s skin,
Was broken…
A breathing Friend, buried in the corners of Sand,
Like all the earth creatures standing dry in the walls.
I raked the water of this Desert to found the stones,
Hidden in the eyes of Space…
…sleeping in the Relinquishing World’s.
20 de dezembro de 2009
16 de dezembro de 2009
Left Behind
There are no Us…
Disability isn’t a brick in bridges Society.
Music : The Dance of Diminishing Possibilities - Baby Dee
15 de dezembro de 2009
14 de dezembro de 2009
12 de dezembro de 2009
11 de dezembro de 2009
The Fortuneteller
I have many eyes in the Past.
I embrace many arms in the Present.
I walk many roads in the Future.
Photo by Alice
Give me your hand…?
10 de dezembro de 2009
Cripple Marriage
9 de dezembro de 2009
Lines in the Emptiness
8 de dezembro de 2009
7 de dezembro de 2009
6 de dezembro de 2009
Prelúdios de um quase Desenho.
Debaixo da minha cama, vivem sombras de braços abertos e sem cabeça.
Naquele papel branco de luzes esbatidas e lençóis recolhidos, espreitei por recantos paralelos de fichas esquecidas e tomadas penduradas, que apontavam para luzes imaginárias.
Canetas gigantes riscavam tesouros de histórias em casas humanas, debaixo de camas e sofás perdidos, em cidades desorganizadas. Debaixo de tudo o que fosse habitado, por objectos sem movimento.
Segredos em aparas de lápis espalharam-se como flores, plantadas em ventres sépias, murmurando confidências iridescentes. Em minhas mãos, caíram focos de tons em flocos flutuantes, suspirados por sombras de braços abertos e sem cabeça, como se cada respiração luminosa fosse um conto escrito por bonecos de trapo.
Na taquigrafia de delírios ténues, as sombras de braços abertos e sem cabeça, pintaram as paredes do desenho em grafite e sanguinárias hesitantes, decalcando personagens familiares de vestes aéreas e fluidas.
A mais pequena e rechonchuda tinha um sorriso parado que desaparecia, assim que, percorria os corredores do colchão abotoado em farripas de madeira. A mais alta e espadaúda, não tinha nem mãos nem pés, apenas espirais de sombra líquida, que escorriam em pequenos nevoeiros fugazes, entre os dedos dos objectos translúcidos, que compunham aquela casa de fumo, debaixo da minha cama.
Em três contratempos e sem barítonos, as sombras de braços abertos e sem cabeça, rodearam-me, de linguagem amolada e riscos guturais, convidando a desenhar-me ali.
Contornos da minha sombra surgiram lentamente, em garatujas e comboios de pedra, despindo-se em lenços de claridade, como abas de um caderno amolgado dentro de uma mochila de lã. E minúsculas criaturinhas de sombras de braços abertos e sem cabeça, apareciam cintilantes e curiosas, para verem o meu esbracejar de traços rápidos e toscos, que rodopiavam em telas gás de meios-tons. Os meus poucos esboços de aviões, avionetas e dirigíveis de cartão, levantaram voo numa dança zunida, de abelhas transparentes e fios eléctricos. Em abobadas de ardósia ficaram traçados, tal como todos os animais alados e sem patas, os barcos de hélices voadoras, os bonecos de ferro abandonado, as rodas de comboios sem apitos, os cubos de arco-íris em madeira ferrugenta. Enfim, todos os sonhos de giz que foram traçados no pó do esquecimento.
Coxa de sono, puxei da borracha em minha almofada e quis ali adormecer, debaixo da minha cama, aconchegada pelas sombras de braços abertos e sem cabeça. Fechando os olhos em pestanas outonais, compus um Até já em solfejo pendente.
Sabia que na noite seguinte estariam ali, pois todos precisamos das nossas sombras de braços abertos e sem cabeça, debaixo das nossas camas.
Music : Another Rather Lovely Thing - Nick Cave & Warren Ellis